quarta-feira, 28 de outubro de 2009

ERA UMA VEZ NO OESTE

Em um dia de sol intenso no Oeste, três homens aguardam a chegada do trem em sua estação.De arma em punho, eles apenas esperam. Um está embaixo de uma goteira, bebendo a água que se acumula em seu chapéu. Outro brinca com uma mosca, que passeava por sua barba por fazer. O terceiro cospe no chão. O vento.O apito.O trem chega, mas ninguém desce. Os homens observam atentos. Novamente o apito e o trem começa a andar, partindo. Os homens abaixam suas armas e viram as costas, indo embora. Nesse momento ouve-se o som de uma gaita. Eles param e viram-se rapidamente, com as armas novamente em punho. Assim que o trem termina de passar, um homem revela-se por detrás deles, do outro lado do trilho. Ele tem uma gaita em mãos.

Nessa cena que dá inicio ao filme, não há nenhuma trilha sendo executada.Leone elevou a importância dos sons naturais para criar sua trilha. Deixou que o moinho de vento fizesse mais barulho, que a goteira fosse percebida, que a mosca fosse tão irritante quanto na vida real. Ele intensifica todos esses sons para que eles não somente funcionem como sons ambientes, e sim que eles também criem toda a atimosfera de tédio e expectativa que os personagens estão sentindo naquele momento.

Paula Gomes

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