quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O som em "Era uma vez no oeste" (1968) de Sergio Leone

O som no começo do filme tem papel importante na construção do clima de tensão e do desolamento típico do oeste selvagem. A ausência da trilha sonora não nos guia para a emoção que a música nos dá, fazendo com que a cena ganhe mais intensidade. Não sabemos exatamente o que irá acontecer, temos então que observarmos os atores e suas atitudes. Os efeitos sonoros são simples, mas eficientes. Ouvimos apenas passos ou o som do pássaro e todos os sons parecem se destacar, cortando o silêncio do deserto e assim quebram a tensão e ao mesmo tempo parecem aumentar ainda mais.

São diegéticos, feitos por elementos dentro do filme e entre eles, um que aparece por quase toda a abertura, o som do catavento, lento, agudo, parecendo velho e enferrujado e o som do trem que quebra de vez toda a relativa calmaria e anuncia que algo vai acontecer. Um filme muito bom e em que o som acrescenta ao sentido que quer ser construído.

Alexandre Cuboiama e Renan Pesciotta

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